Se você é uma dessas pessoas que se interessam por produções sobre o comportamento humano, então esse é o programa ideal para você.
Para quem não conhece, esse é um programa de televisão dos Estados Unidos, que acompanha a luta de pessoas com obesidade para vencer a doença. Lá, elas mostrarão suas histórias, fraquezas e decepções. Mostrarão também suas pequenas conquistas e algumas grandes vitórias. Sim, a maioria, infelizmente, não logra êxito, porque sabemos o quão difícil é vencer um vício, e, no caso da compulsão alimentar, não é diferente.
O médico responsável por acompanhar esses pacientes é o Dr. Nowzaradan, um dos poucos profissionais que se arriscam a operar pessoas com essa quantidade de sobrepeso.
E que lições podemos tirar do programa?
Arrisco dizer que TODOS os participantes do programa sofreram algum tipo de abuso na infância,seja sexual, físico ou emocional. Então, a forma que eles encontraram para lidar com a dor foi através da comida. Na maioria dos episódios, eles relatam a péssima experiência com a vida escolar, onde eram alvos de chacotas constantes, o que os levava a comer cada vez mais. E, em nenhum caso, há alguma participação positiva da escola nesse sentido, de posicionamento diante da situação e de acolhimento aos estudantes. Eles estavam sofrendo em vários níveis: abusos, descontrole alimentar e violência escolar. Como era de se esperar, esses conflitos, se ignorados, podem levar a sérias consequências, que, no caso deles, envolve pesar 200 ou 300 kg, perdendo a saúde, a mobilidade, relacionamentos, e a vontade de viver.
A batalha dos pacientes, então, será perder, ao longo dos anos, em torno de 230kg. Tarefa fácil, não é? Principalmente se considerarmos que a maioria das pessoas tem dificuldade em perder apenas 5kg.
Como o Dr. é experiente e muito sábio, ele entende que, sozinhos, eles não conseguirão.
Para que não fracassem, é necessário que se afastem de tudo o que não colabora com o seu progresso, e acrescentem atividades para desenvolverem seu corpo, sua mente e suas emoções (nós concordamos que é esse o caminho!).
Daí para frente, eles terão que movimentar diariamente o corpo na medida do possível para seus tamanhos. Alguns apenas baterão palmas e mexerão os pés (lembrem-se que existem participantes com 300kg), outros apenas levantarão da cama e isso já será uma vitória, pois vários perderam essa capacidade.
E TODOS, sem exceção, terão que fazer terapia para lidar de uma maneira diferente com seus traumas e emoções. Se, antes, eles descontavam na comida suas frustrações, agora terão que buscar outras maneiras de enfrentar suas dores.
Outro ponto que o Dr. sempre reforça é que eles busquem atividades além da comida, que experimentem se sentir úteis de alguma forma, com um propósito maior, que pode ser trabalhar, voltar a estudar, estabelecer contato com outras pessoas etc. Então não é apenas focar no que eles vão perder, que no caso será o conforto que a comida traz, e sim, em preencher esse “buraco” com atividades que permita a eles enxergarem outras possibilidades, que o vício impedia.
Bom, nem é preciso ressaltar as inúmeras semelhanças entre o que o Dr. prega e o que nós acreditamos que deveria ser o caminho para desenvolver todo o nosso potencial educacional e pessoal. Não somente em situações de crise, mas cotidianamente trabalhar corpo, emoção e mente, pois, se um lado está em desequilíbrio, compromete todo o resto.
Como foram a dor, a crise e o trauma que desencadearam todos os conflitos, que possamos acolher e tratar nossas emoções desde o início.
E o que você tem feito HOJE para trabalhar seus traumas de ONTEM, para que AMANHÃ você não se encontre em uma situação agravante? E mais: o que NÓS podemos fazer HOJE para entender problemas de ONTEM daqueles que estão à nossa volta, para que, AMANHÃ, eles não se percam?
Há muito a fazer. Conheça a proposta do OHA!
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