Você não terá dificuldade alguma em encontrar campanhas como essa, que afirmam: É preciso ter leveza!
Ah, e os publicitários fazem questão de ressaltar: “pessoas se conectam com pessoas”. Mas, afinal, que pessoas estariam conectadas com essa imagem?
Você consegue imaginar uma campanha publicitária na periferia, perto de um ponto de ônibus lotado de jovens, homens e mulheres,com marcas claras de uma vida dura, e a seguinte chamada: “Busque ser mais leve hoje”! Alguém já viu alguma campanha assim?
Imagine Maria, que já tem mais de 50 anos, mora em comunidade e é “do lar”. Será que essa campanha foi feita para “conectar pessoas” como Maria?
E o que a LEVEZA tem de tão positivo para que seja valorizada pelo marketing?
Justificam que tensão demais adoece. Bom, leveza demais aliena.
Então a vida de Maria não tem nenhuma leveza? Sim, tem. Com certeza ela não vivencia esses momentos em paisagens paradisíacas como essa. Um dos momentos em que Maria sente leveza é quando ela escuta a música mais popular na rádio, aquela que fala direto ao seu coração, e que todos os apreciadores da leveza criticam. Mas somente até essa mesma música ser regravada pelo cultuado artista de MPB. Daí esse som passará a embalar suas leves viagens.
Momentos de leveza são bem-vindos? SIM. Mas por que eles são HIPERVALORIZADOS? Isso não é obra do acaso.
Será que algum movimento social que tenha entrado para a história conseguiu esse feito por conta da leveza? É a leveza que muda o mundo?
Só está leve para ALGUNS, porque está muito pesado para OUTROS!
Nova campanha: MENOS LEVEZA, MAIS DENSIDADE! (E com Maria na capa, é claro!)
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